Rui Dias eleito membro correspondente da Academia de Ciências de Lisboa

Rui Dias, professor do Departamento de Geociências da Universidade de Évora (UÉ), investigador do Instituto de Ciências da Terra (ICT) e diretor do Centro de Ciência Viva de Estremoz, viu reconhecido o mérito do trabalho que desenvolveu ao longo da sua carreira profissional e foi aprovado como membro correspondente da Academia de Ciências de Lisboa.

Foi no passado dia 5 de dezembro que, após ter sido eleito por unanimidade, Rui Dias passou a ser o membro mais recente a integrar a seção de Ciências da Terra e do Espaço como Académico Correspondente da Academia de Ciências de Lisboa, a mais prestigiada e uma das mais antigas instituições científicas nacionais.

“Em Ciência habituamo-nos a procurar relações entre factos ou explicações para "coincidências. O ter sido eleito por unanimidade membro correspondente da secção de Ciências da Terra e do Espaço da Academia das Ciência de Lisboa no mesmo mês em que sai o primeiro volume da trilogia que escrevi sobre a evolução geológica de Portugal é uma destas situações”, começa por explicar Rui Dias aquando da sua eleição. Normalmente os membros da Academia são eleitos com base no trabalho que foram desenvolvendo durante a sua carreira e para o professor da UÉ “existiram três situações que estiveram na base da proposta feita pelos Professor António Ribeiro da Universidade de Lisboa e Lemos de Sousa da Universidade Fernando Pessoa”, explica. “Em primeiro lugar, o trabalho desenvolvido em prol da Geologia pela equipa do Centro Ciência Viva de Estremoz no polo de Estremoz da Universidade de Évora, de que sou o Diretor Executivo, e que em 2019 teve 20 000 visitantes e orientou saídas de campo de Geologia um pouco por todo o país de cerca de 1000 alunos do liceu. Depois, o ter sido o primeiro editor da "Geologia de Portugal" que foi editada em 2013 pela Escolar Editora. Trata-se da mais completa compilação sobre a geologia do nosso país, com mais de 800 páginas em dois volumes que envolveu 141 autores de todas as instituições trabalhando em Portugal sobre este assunto. E, por fim, o ter apresentado em 14 de dezembro de 2019 no Pavilhão do Conhecimento em Lisboa o livro Da Dinâmica Global aos Processos Geológicos, que é o primeiro volume da trilogia Portugal de Antes da História dedicada à evolução geodinâmica do território nacional nos últimos 600 milhões de anos. Trata-se do primeiro livro em português que apresenta uma perspetiva atual da inter-relação entre a generalidade dos processos geológicos, a qual é fundamental para que nos próximos volumes a história geológica de Portugal seja abordada não numa perspetiva meramente descritiva, mas sim procurando perceber a sua evolução no contexto de um planeta que ele próprio vai evoluindo”, concluiu.

Recorde-se que os académicos correspondentes de cada classe são indicados pelos académicos efetivos da respetiva classe, sempre que se verificar uma vaga na mesma. Os nomes indicados são depois apresentados ao sufrágio, e para a eleição é indispensável a maioria absoluta dos votos dos académicos efetivos da classe presentes. Entre os deveres principais de um académico correspondente estão: a presença nas sessões plenárias e da classe a que pertençam; a inclusão nos trabalhos da Academia, desempenhando as funções para as quais foram designados ou eleitos por deliberação da Academia ou da classe a que pertencem; o incremento das atividades das secções a que pertençam; e ainda a apresentação de comunicações próprias, memórias, relatórios, propostas, projetos e sugestões de trabalhos.

Publicado em 20.12.2019
Fonte: GabCom | UÉ