CGE-UE
ALEX 2014 – Campanha de observações hidro-meteorológicas em Alqueva

Tem início no dia 22 de Julho o período intensivo da campanha de observações hidro-meteorológicas em Alqueva, ALEX 2014 (ALqueva hydro-meteorological EXperiment). Nesta semana, de 22 a 25 de Julho, vão estar em Alqueva cerca de 20 cientistas e 20 estudantes de pós-graduação, que vão levar a cabo um conjunto de medições, algumas das quais pouco comuns, na água e na atmosfera. A campanha é uma organização conjunta do Centro de Geofísica de Évora da Universidade de Évora (CGE-UE) e da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

Os dados recolhidos vão ser utilizados para diversos estudos, tendo como objetivos gerais melhorar o conhecimento sobre as características e a composição da atmosfera e da água da albufeira, bem como as interações entre os dois sistemas, em particular sobre o impacto da albufeira na atmosfera e no clima e sobre os efeitos das variáveis meteorológicas na qualidade da água. Neste período vão ser lançados balões meteorológicos.

Em paralelo com a ALEX 2014, decorre em Alqueva, mais especificamente no Alqueva Hostel, um workshop em observações em Ciências da Atmosfera e da Água. Este workshop conta com a participação de investigadores reconhecidos, portugueses e estrangeiros.

A sessão de abertura do workshop, que corresponde também ao início oficial desta fase central da ALEX 2104, está marcada para as 10 horas do dia 22 no Alqueva Hostel, o novo equipamento hoteleiro da aldeia, que vai estar nestes dias inteiramente ocupado por esta comunidade científica.

Ao final do dia, pelas 21 horas, no Centro de Convívio de Alqueva, decorre um debate com a população sobre os efeitos de Alqueva no clima.

Financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, a ALEX 2014 decorre em Alqueva entre Junho e Setembro deste ano  e vai incluir observações da coluna de água, da coluna atmosférica, e da interface água-ar.

A equipa da ALEX 2014, composta por meteorologistas, físicos, hidrologistas, biólogos, astrónomos e engenheiros, propõe-se efetuar uma campanha integrada com medições de parâmetros químicos, físicos e biológicos. Para além dos membros das instituições organizadoras, conta-se com a colaboração da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR-A) e de investigadores da Universidade de Lisboa, da Universidade da Beira Interior, do Instituto Politécnico do Porto, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, da Agência Portuguesa do Ambiente, da Força Aérea Portuguesa, do Centre National de Recherches Météorologiques (França), da Universidade de Reading (Inglaterra) e do Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial (Espanha).

As observações a realizar darão origem a uma base de dados inter-disciplinar que se espera seja de grande utilidade para as várias equipas que trabalham em Alqueva, para os membros da equipa, e também para a comunidade científica nacional. Pretende-se que os dados recolhidos durante a campanha sejam úteis, designadamente para:

•             Apoiar a gestão da albufeira;
•             Calibrar modelos físicos e biológicos;
•             Melhorar a parametrização dos lagos na previsão do tempo;
•             Validar simulações atmosféricas 3D em alta resolução;
•             Avaliar os efeitos de Alqueva no clima da região;
•             Caracterizar a camada limite atmosférica e a sua evolução diária;
•             Testar novas metodologias de observação do vapor de água na atmosfera;
•             Melhorar o conhecimento sobre a composição da atmosfera;
•             Caracterizar a qualidade do ar na região;
•             Dispor de medidas únicas de radão e eletricidade na atmosfera;
•             Desenvolver algoritmos para a monitorização da qualidade da água a partir de informação satélite;
•             Efetuar a caracterização taxonómica detalhada das diatomáceas presentes e relacionar o seu desenvolvimento com parâmetros físico-químicos da água, ar e substrato;
•             Caracterização detalhada das cianobactérias (diversidade genética incluída) e das  cianotoxinas produzidas, especialmente em situação de bloom;
•             Caracterizar recursos energéticos: solar (global e DNI) e eólico;
•             Validar e melhorar a previsão do índice de UV efetuada pelo CGE;
•             Obter estimativa do fluxo de CO2 sobre uma albufeira;
•             Obter uma estimativa da evaporação da albufeira e validar outros modelos;
•             Melhorar o conhecimento sobre o balanço hídrico e energético da albufeira.

Publicado em 21.07.2014
Fonte: GabCom | UÉ