Orientação: Paulo Filipe de Sousa Figueiredo Machado & Maria de Fátima Campos Bernardo
Este estudo pretende avaliar os/as significados/crenças que os profissionais de saúde, Médicos e Enfermeiros, têm sobre a violência conjugal / nas relações de intimidade contra a mulher e qual o estereótipo que associam à mulher vítima da violência. O objetivo principal é tentar estabelecer relações de causa e efeito entre os/as significados/crenças para a violência conjugal/nas relações de intimidade, os estereótipos e o modelo de intervenção (holístico e/ou biomédico). Utiliza a Escala de Crenças para a Violência Conjugal (ECVC) de Machado, Gonçalves & Matos (2006) e criaram-se as Escalas do Modelo de Intervenção, da Perceção de Competências, de Identificação de Necessidades de Formação e de Caracterização dos Contextos da Prática. Os resultados indicam que as escalas se mostram adequadamente consistentes para a investigação desenvolvida, que os profissionais quanto mais tempo de exercício têm, maior a tendência para aceitar /legitimar a violência conjugal contra a mulher e que, os profissionais que advogam um modelo holístico de intervenção, menos legitimam ou aceitam a violência conjugal / nas relações de intimidade. Os resultados sugerem ainda que os estereótipos em relação à vítima, influenciam os significados para a prática profissional dos Médicos e Enfermeiros, apontando para uma intervenção mais holística dos enfermeiros, comparativamente aos médicos.
Keywords: violência conjugal; violência no relacionamento íntimo; vítima e vitimização; crenças/significados; modelo ecológico e cuidados de saúde