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Trimestral | Nº 02 - 2016
Nota de Abertura

Nota de Abertura por Ana Costa Freitas | Reitora Universidade de Évora

Cerimónia de lançamento de Laboratórios Colaborativos nas áreas aeroespacial e da mobilidade elétrica, no CEiiA - Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, em Matosinhos | 22 julho 2016
Universidade, Formação Avançada, Investigação e Sociedade

O mundo mudou bastante nas últimas décadas e as universidades têm vindo a mudar com ele. O planeta está mais interligado e a informação circula e é atualizada a uma velocidade sem paralelo na História da Humanidade.

Emerge assim, neste panorama global, a centralidade das universidades nas sociedades, não só como entidades formadoras e fontes primordiais e fidedignas de Conhecimento, mas também como atores fundamentais no desenvolvimento de Tecnologia, e posterior transferência efetiva para a sociedade, constituindo-se assim como entidades fundamentais para o aumento da competitividade e do crescimento económico.

Os desafios globais com que lidamos, - que influem diretamente nos desafios locais - são imensos, desde as alterações climáticas à explosão demográfica mundial, passando pela escassez de alimentos ou por conflitos que há muito deixaram de estar circunscritos a campos de batalha. Não há respostas fáceis e é sem dúvida a Investigação (quer fundamental quer aplicada) e o Conhecimento por ela gerado que podem fornecer respostas e caminhos alternativos.

Formação e investigação interpenetram-se, estando os centros de I&D no epicentro. De facto, só com centros de I&D fortes, bem dotados em termos de recursos humanos, tecnológicos e financeiros, inseridos em redes científicas nacionais e internacionais e capazes de proporcionar ambientes criativos propícios ao desenvolvimento de novas ideias e projetos, se podem encontrar, em contínuo, as respostas que almejamos, promovendo o avanço científico e tecnológico, e, por esta via, a sustentabilidade, o bem-estar económico-social e a qualidade de vida, ao mesmo tempo que se combate a tentação de responder de modo fácil a problemas bem complexos.

Se todos os graus de ensino são importantes,  - a Educação é por si só um bem -, os terceiros ciclos, e a sua necessária ligação estreita com o tecido científico e com as dinâmicas de I&D,  têm nas Universidades uma centralidade: são o garante e os alicerces de qualquer sistema científico competitivo, pelo que produzem e pelos resultados da formação que conferem. Preparam o Futuro! A aposta na formação avançada significa, pois, uma aposta clara na investigação e na inovação, sendo cada vez mais relevante o contacto precoce dos estudantes com atividades de investigação para garantir a construção de um espírito científico e estimular o interesse pela Ciência.

É, desta forma, fundamental a existência de uma estratégia integrada, - na Universidade de Évora, em linha com as áreas-âncora definidas -, que conjugue as componentes vitais para uma formação avançada sólida, através da proximidade entre ambientes de formação e de investigação e empresariais.

O IIFA pretende promover esta proximidade e contribui decisivamente para que os estudantes se envolvam em ambiente de investigação, de estímulo científico e empreendedor. É uma experiência que tem dado frutos. Atualmente, cerca de 10% dos nossos estudantes são estudantes de 3º ciclo, e é de assinalar que esta percentagem é semelhante às das Universidades portuguesas com número elevado de estudantes.

É assim que a ligação à sociedade, nomeadamente às empresas, é fundamental. A Universidade de Évora está consciente destes desafios, e por isso, para referir um acontecimento concreto e recente, integrou o Laboratório Colaborativo nas áreas de mobilidade, aeronáutica e espaço, que envolve instituições de ensino superior, centros de investigação, centros de engenharia e desenvolvimento de produto, empresas e cidades, o que constitui uma clara aposta política no avanço e consolidação do sistema científico nacional com modelos inovadores de cooperação. Um exemplo que realça como é importante, a este nível e nas mais diversas áreas científicas, o funcionamento em rede, sem olhar a fronteiras físicas ou mesmo disciplinares, potenciando e integrando o que cada um faz melhor, a bem de um Conhecimento que responda aos desafios mais prementes.

Ana Costa Freitas | Reitora Universidade de Évora