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Trimestral | Nº 01 - 2016
Divulgação Científica

Marília Castro Cid | Coordenadora do CIEP.UE
Promoção de Mudanças na Aprendizagem – Comunidades Escolares de Aprendizagem Gulbenkian XXI (PMA-CEAG XXI)

Promoção de Mudanças na Aprendizagem – Comunidades Escolares de Aprendizagem Gulbenkian XXI (PMA-CEAG XXI)
Programa de Literacia Emocional (ELP) (AE Vendas Novas)

Programa Gulbenkian Qualificação das Novas Gerações – Fundação Calouste Gulbenkian (em execução)

Equipa Universidade de Évora (CIEP-UE)

Coordenação: José Verdasca (Prof. Auxiliar - UE)

Membros da equipa: José Ramos (Prof. Associado - UE), Adelinda Candeias (Prof.ª Auxiliar c/ Agregação - UE), Ricardo Monginho (Bolseiro de Investigação/Doutorando - UE), Ana Cristóvão – Bolseira de Investigação/Doutoranda - UE) e Rui Espadeiro (Colaborador – CCTIC-UE)

Parceiros

Fundação Calouste Gulbenkian, Direção Geral de Educação, Samsung, Fundação Eugénio de Almeida, Centro de Ciência Viva de Estremoz

O projeto “Comunidades Escolares de Aprendizagem Gulbenkian XXI” tem como referência os termos do Programa Gulbenkian Qualificação das Novas Gerações – Promoção de Mudanças na Aprendizagem – cuja finalidade é a de promover a melhoria das aprendizagens e dos resultados escolares – e consiste em desenhar, implementar, acompanhar e avaliar uma proposta de modelo de educação formal.

É dirigido ao 1.º ciclo e ao 2.º ciclo do ensino básico, concretamente ao 3.º, 4.º, 5.º e 6.º anos de escolaridade, e inicia-se com coortes de alunos do 3.º ano de escolaridade. O programa piloto teve início no ano letivo de 2014-2015 e o seu termo está previsto para julho de 2018, envolvendo seis turmas, em três agrupamentos de escolas: o Agrupamento de Escolas de Ponte de Sor, o Agrupamento de Escolas de Vendas Novas e o Agrupamento de Escolas de Vidigueira.

As “Comunidades Escolares de Aprendizagem Gulbenkian XXI” enquadram-se nas novas gerações de políticas educativas, baseadas em lógicas de ação bottom up , reconhecendo às escolas e às comunidades escolares a capacidade de organização da gramática escolar e de produzir intervenções educativas específicas, temporal e territorialmente diversificadas e contextualizadas, fixando a si mesmas novas prioridades e desafios, mobilizando e envolvendo no processo de aprendizagem novos agentes e parceiros da comunidade. Têm como principal desafio promover mudanças na aprendizagem, através da criação de um conjunto de oportunidades e de ambientes de aprendizagem baseadas em abordagens curriculares abertas, nas suas fontes de currículo, nos seus intervenientes, nos seus contextos, nos seus recursos. As comunidades escolares G21 proporcionam oportunidades e ocorrências educativas que alargam e diversificam os modos como os alunos aprendem pelas múltiplas e diferentes atividades em que os alunos se envolvem.

 Trata-se de um processo que requer a capacidade de desenvolver e partilhar tecnologia organizacional e pedagógica e de relançar novas reconfigurações curriculares semiabertas, dinâmicas e flexíveis e cuja base matricial pode ser encontrada nos princípios da ação e em algumas das suas principais linhas inspiradoras para uma abordagem “Aprender para o Bem-Estar” (Kickbusch, 2012). Radica na ideia do desenvolvimento holístico da criança, por contraponto às conceções convencionais e abraça o princípio da “comunidade escolar como um todo”, colocando a criança no centro do processo de aprendizagem e implicando e responsabilizando a comunidade na vida das escolas.

No plano das dimensões de aprendizagem, o projeto segue de perto o protótipo de “escola do futuro” e que Kickbusch (2012) resume nas seguintes vertentes de aprendizagem:

- A aquisição de competências ocorre em espaço aberto (dentro e fora da sala de aula), capacitando os alunos perante os desafios da sociedade do conhecimento e da informação;

- O regime de aprendizagem requer um quadro de novas atribuições e faz recair sobre os pais, escolas, professores e comunidades a responsabilidade pela educação e aprendizagem da criança;

- Aprendizagem de investigação tendo como referência a aprendizagem baseada em problemas e projetos;

- Abordagem da aprendizagem a partir do currículo e do meio e mundos circundantes;

- Recurso a tecnologias modernas, explorando recursos computacionais como redes e plataformas digitais de informação e comunicação de última geração e ambientes de aprendizagem ubíquos.

No âmbito da componente socioemocional e criativa do projeto foi elaborado e está em concretização no presente ano letivo, em colaboração com o Serviço Educativo da Fundação Eugénio de Almeida, um conjunto de atividades de aprofundamento curricular que enfatizam a experienciação da aprendizagem através de visitas de estudo de âmbito local e regional. A aprendizagem por experienciação envolve processos emocionais, cognitivos e metacognitivos, criativos e cinestésico-corporais. Os atores deste processo são os alunos, os professores titulares e outros professores e elementos da comunidade escolar (dirigentes educativos, professores de educação especial, professores de apoio, auxiliares de ação educativa, famílias, autarquia e outras entidades locais e regionais). Esta forma de aprendizagem implica diferentes patamares de instrumentação que podem ser o livro, os produtos artísticos, tablets  e outras ferramentas educativas.

Com uma forte preocupação em estimular a curiosidade científica e em desenvolver o ensino experimental das ciências, em colaboração com o Centro de Ciência Viva de Estremoz tem sido proporcionada, através de visitas de estudo e atividades científicas nas escolas, a possibilidade de os alunos interagirem, experimentarem e descobrirem ciência. Em articulação com as professoras titulares de turma são preparadas e organizadas as ações, de modo a dar-se prevalência às temáticas do currículo do ano de escolaridade dos alunos e a fomentarem-se práticas colaborativas entre professores e investigadores.

Ainda no âmbito da componente tecnológica do projeto, e no quadro da oferta curricular complementar, são desenvolvidas semanalmente com os alunos oficinas de introdução ao pensamento computacional. Estas oficinas são asseguradas pelos bolseiros de investigação do projeto em colaboração com os professores titulares e de apoio das turmas.