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Trimestral | Nº 01 - 2020
Formação Avançada

Doutoramento em História e Filosofia da Ciência
Biodiversidade Musealizada: Formas que Comunicam

Biodiversidade Musealizada: Formas que Comunicam

Orientação:  Maria Fátima Nunes & Maria Margaret Lopes

Nesta tese discutimos a museografia de museus de história natural como meio de registo de práticas científicas e museológicas. A partir de ampla revisão na literatura, fontes documentais e visitas técnicas, foi construído um modelo teórico de padrões museográficos, formas de expor acervos científicos associadas ao design, tipo de acervo, textos, iluminação, recursos audiovisuais e multimédia e o posicionamento do acervo e do visitante perante o discurso museológico, desde o século XIX até a atualidade. Embora os padrões tenham sido desenvolvidos em contextos específicos, estes podem ser contemporâneos, sendo possível diferentes modos de expor numa mesma instituição e/ou exposição. Encontramos ainda padrões semelhantes em diferentes museus, evidenciando o contacto entre instituições e a circulação de conhecimentos, ideias e objetos. Os padrões propostos foram aplicado a cinco exposições de museus de história natural, contemporâneas, lusófonas (Brasil e Portugal) e que abordaram biodiversidade “Conchas Corais e Borboletas”; “Biodiversidade: conhecer para preservar”; “Galeria da Biodiversidade”; “Reis da Europa Selvagem” e “Specere”. Utilizamos o conceito “biodiversidade”, como marcador temporal e garantia de um ponto de articulação entre os discursos das exposições analisadas. Partimos de uma Matriz que sumarizou em indicadores os padrões e a características das exposições. Entre as questões que identificamos como determinantes (objetivo, tipo de instituição, tema e acervo), a constituição da equipa curatorial foi crucial. A ausência de algumas práticas científicas e museológicas, a invisibilidades de determinados profissionais e conhecimentos reafirmam a autoridade das ciências naturais e dos museus, por conseguinte, dos investigadores perante a assistência. Constatamos que ainda mais recente que a conceção de biodiversidade são modos de expor que permitam experienciá-la, uma vez que viabilizar exposições sobre tal conceito implica em também interagir com as múltiplas perspetivas de sua crise e permitir o posicionamento crítico do visitante.

Palavras-chave: museus de história natural; exposições; biodiversidade; museografia; coleções zoológicas