Orientação: José Manuel Leal Saragoça
A autoavaliação é hoje uma temática central nas escolas. Pressionados pela necessidade de prestarem contas aos organismos da tutela e à sociedade sobre a qualidade do trabalho que desenvolvem e pela necessidade de melhorarem continuamente os processos e os resultados, as escolas e os agrupamentos desenham modelos e implementam práticas de autoavaliação. Nestes processos sociais, os atores interagem entre si e estabelecem relações profissionais e pessoais fundadas em lógicas de ação próprias e contingentes, que ora facilitam, ora dificultam o alcance dos objetivos dos sistemas de autoavaliação.
Realizado no quadro de uma sociologia da ação e assumindo uma natureza qualitativa e interpretativa, este estudo de caso, realizado num agrupamento de escolas do Alentejo (Portugal), pretende dar resposta a duas questões principais: a) Quais as lógicas de ação desenvolvidas pelos atores relativamente à autoavaliação do agrupamento? b) Quais os futuros possíveis da autoavaliação no horizonte de curto prazo?
Os principais resultados mostram que os atores (re)criam lógicas de ação para adaptarem a autoavaliação à avaliação externa de escolas e que, a diversidade de lógicas fundadoras da ação obstaculiza o surgimento de uma cultura de autoavaliação, o que acentua a dificuldade de um futuro promissor, no curto prazo, para a autoavaliação no agrupamento de escolas.
Palavras Chave: Autoavaliação; Avaliação externa de escolas; Lógicas de ação; Regulação; Futuros possíveis.