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Trimestral | Nº 03 - 2018
Investigação & Divulgação

IHC-CEHFCi-U.E.
O Museu Nacional do Rio de Janeiro em investigação na Universidade de Évora

O Museu Nacional do Rio de Janeiro em investigação na Universidade de Évora

Desde o dia 2 de setembro de 2018, há um irreparável vazio na História e na Ciência do Brasil (e do mundo) com o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro. “Duzentos anos de história viraram pó” foi uma das frases mais ouvidas nos média de todo o mundo, dada a perda quase que total do acervo de mais de 20 milhões de objectos, que representava as origens do povo brasileiro e de outros povos que pelo Brasil passaram, guardava os testemunhos de um país continental, como um museu enciclopédico dos recursos naturais e foi a primeira instituição científica brasileira. Um museu tão representativo, que já nas primeiras décadas do século XIX, o pintor francês Jean-Baptiste Debret utilizou o seu acervo para documentar aspetos etnográficos e naturais do Brasil. Por exemplo, Debret ilustrou a tribo amazônica Tikuna a partir de uma máscara do acervo do Museu Nacional. Para além das coleções, as exposições do Museu Nacional do Rio de Janeiro retrataram historicamente a relação da instituição com seu público. As narrativas expositivas, marcadamente elaboradas a partir do discurso científico dos investigadores da instituição, carregam informações sobre as práticas dentro dos gabinetes, intercâmbios com outras instituições, políticas e conceções de ciência. Essas questões tão pertinentes aos estudos da História da Ciência são investigadas pela tese intitulada “Zoologia Musealizada: representações do conhecimento científico em exposições de museus de história natural no pós II Grande Guerra”, realizada dentro do Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência, especialidade em Museologia, da Universidade de Évora.  Um mês antes do terrível incêndio, eu estive na instituição e realizei registros fotográficos, entrevistas e pesquisa documental de algumas das exposições contemporâneas da instituição. Trata-se, sem dúvida, de um dos últimos registros das exposições que estavam abertas no Museu Nacional do Rio de Janeiro, antes de sua destruição. Um acervo único que terá um papel de relevo e de importância estratégica na economia interna e promoção desta tese de Doutoramento e também para a reconstrução da memória da instituição brasileira.
Mariana Galera Soler, Estudante de Doutoramento de História e Filosofia da Ciência – Museologia. Investigadora integrada IHC-CEHFCi-U.E. 

Agenda
III Ciclo de Conferências
De 09.06.2018 | 15:00 a 24.11.2018
III Ciclo de Conferências
De 09.06.2018 | 15:00 a 24.11.2018
Disseminação do Projeto Cognition & Inclusion na Universidade de Évora, a 1 de outubro de 2018
Em 01.10.2018 | 11:00
Publicado em 27.09.2018
CALL FOR ARTICLES
Publicado em 26.09.2018