LIFE RELICT e LIFE AGUEDA são os dois projetos liderados pela Universidade de Évora (UÉ) aprovados no âmbito do Programa LIFE 2016, instrumento financeiro da União Europeia (UE) que apoia projetos ambientais, de conservação da natureza e de ação climática. Com arranque ainda em 2017 e estendendo-se até 2022, os projetos contam com financiamento global de aproximadamente cinco milhões de Euros.
Coordenado por Carlos Pinto Gomes, Professor do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) e investigador do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM), em parceria com a Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela (ADRUSE), as Câmaras Municipais de Monchique e de Seia e o Centro de Investigaciones Cientificas y Tecnologicas de Extremadura, o projeto Conserving Portugal’s relict habitats – LIFE RELICT, conta com um financiamento de mais de um milhão e meio de Euros para melhorar substancialmente o estado de conservação dos matagais arborescentes de Laurus nobilis, habitat natural inscrito no Plano Sectorial da Rede Natura 2000.
A equipa de investigação do LIFE RELICT pretende assegurar a função ecológica em mais de 50% das áreas atualmente ocupadas pelo habitat inscrito na rede Natura 2000, e aumentar a área deste habitat através da reconstrução de áreas adjacentes, reduzindo ou eliminando as principais ameaças e implementando medidas no que diz respeito a incêndios e espécies exóticas invasoras. Estas medidas contribuirão para o aumento da resiliência deste habitat provocadas pelas alterações climáticas, contribuindo, entre outros, para o desenvolvimento do turismo de natureza, através da implementação de trilhos para caminhadas.
Com financiamento atribuído na ordem dos três milhões de Euros, o consórcio do projeto com o acrónimo LIFE AGUEDA -“Conservation and Managemen Actions for Migratory Fish in the Vouga River Basin”- é integrado por sete instituições públicas e privadas (Aqualogus - Engenharia e Ambiente, Lda, Câmara Municipal de Águeda, Câmara Municipal de Mora, Docapesca - Portos e Lotas. S.A e a EDP - Distribuição - Energia S.A) e coordenado por Pedro Raposo de Almeida, Professor do Departamento de Biologia da ECT e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-UE).
Com o objetivo de eliminar ou atenuar substancialmente as pressões hidromorfológicas identificadas na bacia do rio Vouga, restabelecendo o bom estado ecológico deste rio, a equipa de investigação deste projeto colaborativo pretende implementar uma série de soluções para renaturalizar o rio e restaurar ou recriar os seus habitats aquáticos e terrestres, tais como, construir passagens para os peixes que imitem as condições naturais do rio. Os benefícios esperados para as populações de peixes migratórios contribuirão para atingir os objetivos ecológicos, abrangendo as necessidades estabelecidas na Diretiva de Avaliação e Gestão dos Riscos de Inundações, bem como as estratégias estabelecidas pela União Europeia em matéria de Biodiversidade até 2020.