Conferência Laboratório de fonética experimental da Universidade de Coimbra (1936-1972)

No Ano Europeu do Património Cultural o Grupo de Investigação Ciência do Instituto de História Contemporânea, Pólo da Universidade de Évora, empenhou-se na recuperação da memória de um património científico ímpar para a cultura portuguesa e mundial. Considerado em meados do século XX como o mais avançado Laboratório de Fonética Experimental da Europa e o “terceiro do mundo”, o Laboratório de Fonética Experimental da Faculdade de Letras de Coimbra incorreu numa trajectória de esquecimento desde o seu desmantelamento em inícios dos anos setenta. A projecção internacional que este laboratório detinha pressupunha a vinda para Portugal, em plena ditadura do Estado Novo, de investigadores das mais conceituadas universidades do mundo, como Harvard ou Cambridge, que neste espaço laboratorial português se especializavam sob a supervisão do seu fundador e director, o Professor Armando de Lacerda.Beneficiando das redes internacionais de comunicação em ciência em que se inserem os investigadores do IHC-CEHFCi-UE, a Universidade de Évora teve o privilégio de ouvir o testemunho único e em primeira mão do último cientista estrangeiro vivo a ter investigado neste laboratório português. Professor Emérito da University at Albany, New York, Brian Franklin Head discursou no dia 24 de Setembro de 2018 perante professores, investigadores de pós-doutoramento, doutorandos e alunos de licenciatura da Universidade de Évora, surpreendendo a assistência com a ideia de que a primeira potência mundial na Guerra Fria, os EUA, beneficiou do avanço científico registado em Portugal, nomeadamente pela criação do primeiro Laboratório de Fonética da Universidade do Texas seguindo o modelo do Laboratório de Fonética Experimental da Universidade de Coimbra. 
Quintino LopesInvestigador integrado doutorado do Instituto de História Contemporânea (IHC-FCSH-UNL-CEHFCi-UE)