Orientadores: Lopes, Noémia Mendes & Pisco, Rosalina
Ao envelhecimento associa-se o aumento de patologias e maior consumo de medicamentos, o que pode ter como consequência o abandono total ou parcial da terapêutica. Este estudo pretende problematizar sociologicamente os fatores associados ao abandono, sua interligação a contextos socioculturais de pertença e referência dos indivíduos. O objetivo geral é explorar os fatores de abandono de medicação por parte da população idosa e compreender o modo como esse abandono está interligado com os contextos sócio culturais de pertença e referência dos indivíduos. Para a recolha de dados foram aplicados dois questionários, na região de Évora, a indivíduos com 65 e mais anos, um nas Unidades de Saúde Familiares (n=202) e outro nas farmácias (n=336), num total de 538 questionários/inquiridos. Apurou-se que havia abandono da medicação, maioritariamente, por crenças de saúde, falta de confiança nos medicamentos e/ou nos médicos, falta de informação, níveis de informação que são dados ao doente e profissionais de saúde e fatores sociodemográficos. Esta tese vai romper com um certo estereótipo que o abandono da medicação está ligado, maioritariamente, a questões económicas. Ao invés está relacionado com o género, com crenças ou com a literacia relacionada com a medicação.