Orientação: Filipe Themudo Barata (Universidade de Évora) & Carlos J. G. S. Fabião (Universidade de Lisboa)
Na presente dissertação estudamos os ritmos económicos de produção e exportação dos produtos alimentares produzidos na província romana da Lusitânia, entre os meados do séc. I e os finais do V/inícios do VI d.C. Dá-se especial destaque aos preparados de peixe, produtos maiormente exportados e para os quais as ânforas nos dão testemunho da sua circulação em âmbito Mediterrâneo e Atlântico.
Apresentam-se as áreas marítimas e flúvio-marítimas de produção, caracterizando as oficinas produtoras de preparados piscícolas e os centros oleiros produtores de ânforas; e elencam-se as tipologias anfóricas de produção lusitana conhecidas até à data.
A leitura dos ritmos da exportação faz-se através da apresentação dos dados relativos à difusão dos contentores anfóricos lusitanos. Nesse âmbito, focam-se os contextos litorais terrestres, essencialmente as principais áreas portuárias do mediterrâneo, e apresenta-se um inventário de sítios de naufrágio onde estão documentadas ânforas lusitanas. A leitura e interpretação conjunta desses dados permite inferir os fluxos de distribuição e definir as principais rotas de navegação, utilizadas na exportação das ânforas lusitanas.
Uma análise que, apesar das limitações da amostra, permite delinear as linhas evolutivas gerais da circulação e da exportação dos produtos alimentares lusitanos, principalmente dos piscícolas, em direcção aos principais mercados do Império Romana, com destaque obviamente para a sua capital – Roma.
Palavras-Chave: Ânforas lusitanas; naufrágios; comércio; portos; rotas de navegação.