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Trimestral | Nº 01 - 2016
Formação Avançada

Doutoramento em Ciências Agrárias
Análise vestigial de pesticidas em azeite: aplicação de polímeros molecularmente impressos
Nuno Miguel Costa Martins

Análise vestigial de pesticidas em azeite: aplicação de polímeros molecularmente impressos

Orientação:  Raquel Garcia e Maria João Cabrita

O azeite é  o  principal  ingrediente  da  dieta  mediterrânica  devido  às  suas propriedades antioxidantes, aos benefícios associados à regulação dos níveis de colesterol e à prevenção das doenças cardiovasculares. Em Portugal o azeite assume um papel importante tanto a nível cultural como socioeconómico, sendo que nos últimos anos, a olivicultura tem sofrido grandes modificações, tendo-se assistido à intensificação da produção, sobretudo devido à conversão dos olivais tradicionais em sistemas de produção intensivo e super-intensivo, o que pressupõem uma maior utilização de pesticidas. Contudo, os pesticidas aplicados ao olival podem persistir até à fase de colheita e, consequentemente serem transferidos para o azeite, dado que o processo de transformação é meramente físico/ mecânico. Assim, por forma a garantir a segurança alimentar do consumidor é crucial desenvolver metodologias analíticas capazes de determinar resíduos de pesticidas no azeite. Porém, a análise de pesticidas em amostras vegetais com elevado teor de gordura é uma tarefa extremamente difícil devido à inerente complexidade da matriz.

Com a finalidade de ultrapassar as limitações associadas às técnicas de preparação de amostra convencionalmente utilizadas, no presente trabalho desenvolveu- se uma metodologia altamente seletiva para a extração e quantificação de cada um dos pesticidas em estudo (dimetoato, terbutilazina e deltametrina), a qual teve por base a utilização de polímeros molecularmente impressos como materiais adsorventes na extração em fase sólida (MISPE). Em concreto, as metodologias MISPE foram implementadas com sucesso para a quantificação destes pesticidas em amostras de azeite dopadas com concentrações iguais aos limites máximos de resíduos de pesticidas, permitindo obter taxas de recuperação de 90 % para o dimetoato, 92 % para a terbutilazina e 90 % para a deltametrina. Deve ainda salientar-se que estas metodologias revelaram-se bastante robustas, precisas, de fácil aplicação, requerem um reduzido manuseamento das amostras e as colunas MISPE podem ser reutilizáveis sem perder a especificidade para os analitos alvo.